Transformando o sonho em realidade

Há poucos dias a Maranatha Voluntários Internacional fez uma uma pesquisa informal através da sua página no Facebook. A pergunta aos mais de 5.000 seguidores era sobre os fatores que dificultam a participação em projetos de voluntariado de curto prazo, como os oferecidos pela Maranatha no Brasil e no mundo. As opções eram: A falta de recursos financeiros, falta de tempo, falta de conhecimento sobre as oportunidades, o medo do desconhecido ou outros. A esmagadora maioria dos que responderam a pesquisa indicaram que as dificuldades financeiras são ainda o maior impedimento para o envolvimento em projetos missionários.

Antes de tratar especificamente desse ponto, vamos falar de alguns números sobre a participação de missionários em projetos de curto prazo pelo mundo. Estima-se que anualmente quase dois milhões de americanos viajam para servir outros países em projetos de curto prazo. Outras estimativas apontam que apenas entre os Adventistas do Sétimo Dia o número de americanos envolvidos com missão de curto prazo esteja na casa de 40 mil pessoas por ano. Considerando um custo hipotético de 1.500 dólares por pessoa, chegamos ao montante de 60 milhões de dólares investidos anualmente, não pela Igreja Adventista ou suas instituições mas diretamente pelos participantes. A resposta natural seria de que as condições financeiras nos Estados Unidos favorecem esse tipo de iniciativa e que do contrário, a realidade brasileira é quase proibitiva. Em parte e para algumas pessoas isso pode até ser verdade mas a realidade não é essa. Há uma questão cultural que precisa ser superada. É preciso fazer da missão uma prioridade, só assim os recursos estarão disponíveis.

Se um dia você tiver a oportunidade de fazer parte de um projeto com missionários americanos você vai ouvir histórias de pessoas como a jovem Dafne Ruiz de apenas 20 anos. Dafne conseguiu um segundo e um terceiro emprego para poder levar os dois irmãos mais jovens à República Dominicana no projeto Operação Extrema que aconteceu em julho deste ano. Há muitas outras histórias assim, gente que vendeu algum pertence, que fez uma campanha na igreja local, que pediu patrocínio a familiares ou empresas, ou enfim que seguiram o exemplo do apóstolo Paulo.

No livro de Atos, no capítulo 20 e verso 34, o apóstolo Paulo lembra que o trabalho das suas mãos, no ofício de fazer tendas, atendeu não apenas às suas próprias necessidades mas também a de outros companheiros de missão. Registros históricos nos lembram como pioneiros adventistas como Tiago White, trabalharam duro no corte de feno para conseguir recursos para produzir os primeiros impressos e viajar para visitar pessoas interessadas pela mensagem. O primeiro missionário adventista oficialmente enviado em 1874 para além mar, John Andrews, deixou também um convite tão forte quanto inspirador: “Por uma obra tão sagrada, eu gastaria e me deixaria gastar” disse ele.

Seja de Norte a Sul do Brasil ou dos Estados Unidos, as pessoas lutam bravamente não apenas para viver dignamente mas para realizar seus sonhos. Quando a missão de servir passa a ser um um desses sonhos, as portas do mundo começam a se abrir, movidas por oração, planejamento e trabalho. Deus nos incluiu no Seu grande plano missionário quando Jesus nos ordenou a ir e fazer “discípulos de todas as nações” (Mateus 28:19) mas antes de enviar Ele disse: “Foi me dada toda autoridade nos céus e na Terra” (Mateus 28:18). É com essa autoridade que Ele vai à frente, abrindo o caminho de cada missionário que genuinamente deseja seguir Seu exemplo.

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