E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras Hebreus 10:24

Numa rápida consulta a dicionários da língua portuguesa é possível encontrar vários significados para o verbete Missão. Dentre eles, gostaria de destacar três que se repetem ao longo das buscas: 1. Ato de enviar ou de ser enviado. 2. Encargo, incumbência, desempenho de um dever. 3. Razão de ser, fim.

Este último pode ser observado com certa facilidade em diversas instituições. Empresas dos mais diferentes ramos, lojas, indústrias, escolas, universidades, clubes, até mesmo igrejas, buscam definir para seu público qual é sua Missão. Geralmente associada à Visão e aos Valores, nos websites encontramos a Missão daquela instituição, ou seja, sua razão de ser. O seu propósito existencial!

Neste mundo, a Missão de Cristo foi servir. Servir a humanidade que Ele criara nos deixando o exemplo. Algo que nos faria bem. Quando servimos, quando somos enviados em missão, com alguma incumbência, alguma tarefa, é provável que isso nos dê uma razão pela qual viver e que (re)defina nossos Valores e Visão de mundo. É possível que desperte em nós um senso de missão tão grande que a vida adquira significado, passe a fazer sentido e ganhe (novo) propósito. Talvez a satisfação mais sincera e completa que um ser humano possa experimentar esteja no simples ato de servir outra pessoa.

Certamente Deus já tinha isso planejado quando nos deu “a” Missão: Ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os e ensinando-os tudo que vos ensinei; mas fiquem tranquilos que estarei com vocês todos os dias até o fim (Mateus 28:18-20). Com isso Ele deixa claro que sua vontade para nós inclui o chamado para a missão em escala mundial. Nossa missão nesta terra inclui nosso vizinho mais próximo, bem como pessoas do outro lado do globo.

Embora a maioria de nós busque realização pessoal na vida, infelizmente, a ideia de servir nem sempre é convidativa. O mundo nos bombardeia há séculos com ideias hedonistas que fazem do serviço ao próximo parecer desperdício de tempo e dinheiro. Logo, desperdício de vida! Romper com crenças negativas há muito sustentadas sobre o voluntariado não é tarefa fácil. Muitas pessoas acreditam que o voluntariado tem mais a ver com privação e sofrimento do que com diversão e realização.

Lidar com diferenças culturais que nos causam incômodo e mal estar, trabalhar com afinco em tarefas árduas e degradantes sem nunca ouvir um simples obrigado, entre outras situações com as quais nos deparamos em missão, é frustrante. Sim, há momentos em que são necessários renúncia e esforço. É verdade, nem sempre é fácil, agradável ou imediatamente prazeroso. Mas servir sempre mudará sua vida para melhor!

Como Bill Hybels destaca: “Como seria encostar sua cabeça no travesseiro à noite e dizer: ‘Sabe o que fiz hoje? Trabalhei em equipe com Deus para mudar o mundo.’? O desejo de ser um agente de mudança do mundo está plantado no coração de todo ser humano, e esse desejo vem diretamente do coração de Deus. Podemos sufocá-lo com o egoísmo, silenciá-lo com a conversa fiada de competitivas exigências ou deixá-lo para trás na rápida trilha que leva à realização pessoal. Mas ele ainda está lá. Toda vez que nos perguntamos se o trabalho maçante que fazemos todos os dias das oito da manhã às cinco da tarde ou nossas constantes tarefas como pais levam à vida, esse desejo divino se manifesta em nós. Toda vez que ficamos impacientes e insatisfeitos, o desejo sussurra em nossa alma. Toda vez que nos perguntamos como seria uma vida de verdadeiro propósito, o desejo [de missão] nos chama para algo mais.” [i]

Seja aqui em BH, ou construindo uma casinha em Igarapé/MG, oferecendo palestras de saúde e construindo banheiros em comunidades ribeirinhas do Amazonas, construindo escolas na Índia, igrejas em Cuba, orfanatos no Quênia, poços de água no Zimbábue ou hospitais no Iraque, não importa onde você queira servir: venha conosco! Parafraseando Bill Hybels, faça algo! Faça alguma coisa em algum lugar – agora! É certo que há uma boa incumbência bem aí com seu nome escrito nela. Você encontrará na Missão sua razão de ser.

Marcos Pinheiro é doutorando da USP e voluntário da Maranatha.

[i] HYBELS, Bill. A revolução no voluntariado. Por que as pessoas fazem do servir ao próximo sua razão de viver? Editora Mundo Cristão, 2005, p. 8.

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